Igreja no Brasil

1 - HISTÓRIA DA IGREJA SIRÍACA ORTODOXA NO BRASIL

Como uma Igreja tão antiga e de tão longe chegou até aqui? Por que brasileiros, sem nenhuma origem oriental, podem hoje ser fiéis e clérigos da Igreja Siríaca Ortodoxa? Quando começou? Quem trouxe? Enfim, o texto abaixo conta parte da história da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia no Brasil e de como seu trabalho missionário, iniciado por Mor Crisóstomos Salama, abriu as portas da genuína fé cristã para todos nós.

OBS: Texto original do abuna Dr. Celso Kallarrari, doutor em Ciências da Religião e sacerdote da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antiquia no Brasil, com edições e acréscimos da Comissão de Comunicação.

OBS 2: O termo "sirian" e "siríaca" são correspondentes. A palavra "sirian" foi a alternativa encontrada pelos primeiros imigrantes para traduzir o termo "suryoye" do aramaico, para registro jurídico da Igreja no Brasil, com base nas referencias de documentação vindas dos Estados Unidos da América. Com o tempo e o melhor domínio da língua portuguesa, o termo "siríaca" apresentou-se como o mais adequado, dado que não se trata de um "anglicismo", mas ainda hoje muitos referem-se à Igreja como "igreja sirian ortodoxa" ou mesmo "igreja siriana", sendo o termo "siriana" retirado do espanhol. 
2 - O INÍCIO: AS IGREJAS DE “COLÔNIA”

Na América Latina, de modo especial, no Brasil e na Argentina, sob a denominação de Igreja Sirian (Siríaca) Ortodoxa de Antioquia, havia, até o ano de 1982, oito comunidades siríacas ortodoxas de origem oriental. Essas “Paróquias” eram denominadas “Igrejas de colônia” ou “tradicionais”, pois tinham por objetivo o atendimento aos imigrantes siríacos (suryoye) e seus descendentes que aqui chegaram com o objetivo de preservação e conservação de suas tradições e identidade religiosa.

A Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia  está presente no Brasil desde 1950 com a presença dos imigrantes das primeiras colônias siríacas e suas primeiras comunidades religiosas. Esse ramo tradicional das Igrejas de imigração fora estabelecido com a construção da primeira Paróquia Siríaca Ortodoxa São João Batista, em São Paulo, em 1951.

Mais tarde, em 1959, inaugurou-se a Paróquia Siríaca Ortodoxa São Pedro, em Belo Horizonte, MG. Nos anos de 1962, foi lançada a pedra fundamental da Catedral Siríaca Ortodoxa São Jorge, em Campo Grande – MS. No ano de 1981, inaugurou-se, também em São Paulo, a última Igreja dita “de colônia” com o nome de Igreja Siríaca Ortodoxa Santa Maria. Atualmente, o Arcebispo das “igrejas de colônia” é Sua Eminência Mor Severios Malki Mourad, que reside em São Paulo.

Somente em 1983, pela iniciativa de Mor Crisóstomos Moussa Matanos Salama, primeiro arcebispo siríaco-ortodoxo do Brasil (então delegado patriarcal) é que abriram-se as portas da Igreja Siríaca Ortodoxa aos brasileiros sem ascendência oriental. Foi essa iniciativa que criou uma missão no Brasil.

3 - MOR CRISÓSTOMOS MOUSSA MATANOS SALAMA: O Apóstolo missionário do Brasil

Em 1983, o arcebispo Mor Crisóstomos Moussa Matanos Salama inicia no Brasil uma missão evangelizadora aos brasileiros, abrindo as portas da Igreja Siríaca Ortodoxa para todos os interessados, sem qualquer discriminação. Necessitando de sacerdotes que conduzissem as ações missionárias, Mor Crisóstomos aceitou e ordenou missionários de diversas origens cristãs (Católica Romana, Anglicana etc) que aproximaram-se da Igreja pelo vivo testemunho missionário de Mor Crisóstomos, fazendo renascer em seus corações uma “tão nova e tão antiga” forma de viver a fé cristã e anunciar o Evangelho, agora na Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia.

Deus abençoou esta obra missionária no Brasil, pois em 1983 foi oficialmente autorizada pelo então patriarca Mor Inácio Zakka I, através da Bula Patriarcal 128/1983 e, consequentemente, pelas demais Bulas 245/1988 e 246/1988. Na verdade a missão evangelizadora siríaca no Brasil teve forte influência da experiência vivida por Mor Crisóstomos no campo missionário da Índia, pois lá havia desenvolvido um excelente trabalho missionário.

A retomada do espírito antioqueno missionário, mesmo contrariada por algumas pessoas pertencentes às "Igrejas de Colônia", levou o Patriarca, numa decisão sinodal, a separar a arquidiocese no Brasil em dois ramos: Uma “de colônia” ou ‘tradicional”, sob a administração direta do Patriarca, e outra "Missionária", sob a administração episcopal de Mor Crisóstomos Salama. Assim, a Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia no Brasil, por conta de sua índole missionária e de estar aberta à evangelização dos brasileiros, foi então intitulada de “Igreja de Missão” e, consequentemente, acrescido ao nome o termo Missionária.

Mor Crisóstomos (centro) com Mor Leolino e Mor José Faustino

Mor Crisóstomos Moussa Matanos Salama faleceu em 1996, deixando um legado de missão e saudade.

4 - AS COLÔNIAS E A MISSÃO: Controvérsias

De acordo com o Jornal Suryoye (1996), o arcebispo Mor Gregórius Yohanna Ibrahim, na qualidade de emissário patriarcal, reuniu-se com nove representantes da “Igreja Missionária”, na presença do corepíscopo Antonio Nakkoud e cinco testemunhas da comunidade Siríaca Ortodoxa de São Paulo. Naquela oportunidade, o arcebispo dirigiu-se aos nove sacerdotes que, naquele momento, representavam a Igreja missionária no Brasil, solicitando-lhes a observância de quatro pontos fundamentais na organização da “Igreja Missionária” relacionados ao seu nome:

  1. As validações das ordenações sacerdotais emanadas do falecido arcebispo Mor Crisóstomos Salama;
  2. O uso correto das vestimentas, paramentos, ritos e liturgias da Igreja;
  3. Regulamentação das paróquias brasileiras e sua vinculação patriarcal;
  4. Relacionamento entre as Igrejas de Colônia e as Igrejas Missionárias
Após dois anos (1998), Suas Eminências Mor Cirilo Efrém Karim (*atualmente patriarca), arcebispo do Leste dos Estados Unidos e Mor Severius Malke Murad, arcebispo de Jerusalém (e atual arcebispo no Brasil para as igrejas de colônia), estiveram no Brasil designados pelo Santo Sínodo para acompanhar as resoluções anteriores acerca da “Igreja Missionária”.

Reuniram-se durante dois dias consecutivos com os 02 bispos brasileiros sagrados por Mor Crisóstomos Salama das "Igrejas de Missão", Mor Leolino e Mor José Faustino, e com 14 dos 32 padres dessas comunidades missionárias àquela época. Nesse encontro, foi elaborado e encaminhado um relatório à S.S. o Patriarca Mor Inácio Zakka I Iwas, então Patriarca de Antioquia e Todo Oriente. Em entrevista ao Jornal Suryoye (1998), Mor Cirilo Efrém Karim fez menção ao serviço missionário no Brasil, dizendo que:

“Com a imigração, a Igreja encontrou esperança e agora pode voltar-se ao serviço missionário novamente. Mas devemos planejar o serviço missionário e deve acontecer naturalmente com o suporte das Igrejas Tradicionais. Nos últimos anos tivemos vários exemplos de agregações precipitadas e que não tiveram continuidade”

Os bispos brasileiros Mor Leolino e Mor José Faustino (ao fundo)
e os bispos Mor Cirilo (Atual Patriarca) e Mor Severios. 

O então monge padre Paulo George Hanna
e os bispos Mor Leolino e Mor José Faustino

Na verdade, após o falecimento de Mor Crisóstomos Salama em 1996, a “Igreja de Missão” passou a sofrer divisões internas, especialmente pela perda de seu grande líder e missionário. Por conta dessa tensão, no ano de 2000, o Patriarca Mor Inácio Zakka I nomeou o então monge padre Paulo George Hanna (atualmente Mor Tito Paulo George Hanna, Arcebispo e Núncio Apostólico) como representante patriarcal para supervisionar a missão da Igreja em terras brasileiras.

De acordo com a Bula Patriarcal n. 169/2000, o monge padre Paulo Hanna havia sido enviado “na qualidade de Representante Patriarcal, para gerir os assuntos da comunidade de evangelização no Brasil e demais países da América do Sul” (BULA PATRIARCAL, n. 169/2000).

À época, esperava-se que o monge padre Paulo George Hanna conseguisse obter o apoio dos dois ramos, a fim de manter a unidade, mas teve que retornar à Síria, ficando a “Igreja de Missão” sem nenhum representante patriarcal até o mês de maio de 2007.

5 - COMUNHÃO E CAMINHADA MISSIONÁRIA

Nesse ínterim, de tempos em tempos, sempre mantivemos contato com S. S. Mor Inácio Zakka I através de algum delegado patriarcal designado por ele. Recebemos várias delegações com o intuito de reunir as comunidades missionárias e buscar um diálogo mais profundo, em prol da unidade. Algumas dessas delegações procederam, diretamente da Síria, outras vieram dos Estados Unidos, mas infelizmente nosso diálogo não se concretizava de fato, porque à época nossa “Igreja Missionária” não tinha condições de manter qualquer delegado no Brasil, pois desde o início sempre foi formada por pequenas comunidades (paróquias) distribuídas em vários estados brasileiro. Afinal, ainda hoje, a maioria dos nossos padres nem sequer pode ser mantido pelas suas comunidades, conforme explica Mor Efrém José Faustino:

“Esta obra liderada por Mor Crisóstomos é do Espírito Santo”, foi a solene declaração do Patriarca, repetida no Sínodo de 1983, em três Bulas Patriarcais. Fora de qualquer auxílio externo, sem recursos financeiros e com concorrência desigual, “a semente cresce, sem que se saiba como” (Mc. 4.27). Em 27 anos de trabalho árduo, a presença da Igreja estruturada por Mor Crisóstomos está consolidada em 15 Estados brasileiros.” (FILHO, 2001, grifos nossos).

Depois de vários anos, após o falecimento de nosso arcebispo Mor Crisóstomos Salama, a “Igreja Missionária” sempre se manteve, desde a sua formação, submissa à Santa Sé Apostólica Siríaca de Antioquia, apesar de, no decorrer dos tempos, existirem pendências quanto às questões relativas aos paramentos, liturgia e divisões internas entre o clero tradicional e o de missão e, principalmente, por causa da vacância de um delegado patriarcal que pudesse, à luz da nossa cultura, direcionar os nossos trabalhos.

6 - A IGREJA NO BRASIL HOJE

Atualmente, nossa Igreja Siríaca Ortodoxa no Brasil é uma Igreja periférica, presente em 11 estados brasileiros e constituída por mais de 40 comunidades. É marcada fortemente pela diversidade cultural brasileira. É importante lembrar que cada estado brasileiro corresponde (em termos de proporção territorial) a alguns países da Europa. Imagine, pois, a imensidão de culturas regionais marcadas também pelos mais diversos povos (africanos, indígenas, portugueses, holandeses, italianos, alemães, e orientais sírio-libaneses, etc.) que no Brasil desembarcaram.

Por outro lado, segundo S. S. Mor Inácio Zakka I Iwas, a evangelização no Brasil, iniciada por Mor Crisóstomos é “obra do Espírito Santo, reafirmando, assim, a continuidade da missão da Igreja de Antioquia e da visão antioquino – siríaca, nas regiões do Brasil” (BULA PATRIARCAL n. 128, 1983). 

Por essa razão e, apesar das inúmeras dificuldades encontradas por nós, nesses longos anos, a exemplo das dificuldades de estabelecer uma comunicação direta com a Santa Sé Apostólica de Antioquia e da compreensão do idioma árabe, nunca deixamos de nos autodenominar cristãos membros da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia e de rezarmos, em todas as nossas celebrações litúrgicas, pela Santa Igreja e pelo Patriarca.

Em 2009, Mor Efrém José Faustino, em correspondência à S. S. Mor Inácio Zakka I, assim se expressa:

Monsenhor Antônio Nakkoud
Corepíscopo Antoônio Nakkoud
“Cremos que a Vossa decisão de conferir ao corepíscopo Antônio Nakkoud, o título de Delegado Patriarcal também para a “Igreja Missionária” no Brasil vai nos ajudar, imensamente, para estreitar, cada vez mais, nossos laços filiais com a Igreja-Mãe. Achamos, pois, que a sábia decisão de Vossa Santidade, na escolha do corepíscopo Antônio Nakkoud como Delegado Patriarcal, foi, certamente, uma abertura maior para conhecer os nossos trabalhos in loco, uma vez que, desde os anos 70, o referido corepíscopo conhece nossa língua e, principalmente, nossa cultura e costumes. Este fato, sem dúvidas, possibilitará um melhor entendimento a ambos os lados” (FILHO, 2010).

Diante de inúmeras dificuldades, sempre mantivemos nossa postura de submissão e defesa da fé oriental ortodoxa, conforme se evidencia em nossos estatutos. A nossa liturgia, celebrada nas Santas Missas, é um árduo trabalho de tradução do nosso memorável Mor Crisóstomos Salama e em nada contradiz os princípios siríaco-ortodoxos, nem, contudo, cria algo novo, mas busca devolver à Santa Igreja, a partir da enculturação, seus horizontes internacionais.

Consciente de seu papel histórico, Mor Crisóstomos sempre lutou contra certa incompreensão de várias frentes: internas e externas. Tendo a missão de defesa do Evangelho e com sincera colaboração dos irmãos no Sacerdócio e no Episcopado, procurou implantá-lo, reavivá-lo e defendê-lo.

7 - FIDELIDADE À SÉ SIRÍACA ORTODOXA DE ANTIOQUIA

Na XVI Assembleia Ortodoxa Nacional, realizada em Brasília, entre os dias 23 a 25 de fevereiro de 2008, o arcebispo Mor Leolino leu para toda na assembleia o capítulo do livro de Josué 22, dando ênfase aos versículos 26 a 27, cujo destaque versa sobre o regresso das tribos do leste. Hermeneuticamente, tratava-se da permanência, comunhão e fidelidade da Igreja do Brasil sob a autoridade do Patriarcado Siríaco Ortodoxo de Antioquia. Desse modo, ao fazer menção ao trecho bíblico, podemos falar como as tribos de Ruben, de Gade e a metade da tribo de Manassés quando responderam aos chefes dos clãs de Israel (v. 27), dizendo que “esse altar sirva de testemunho entre nós e vocês e as gerações futuras, de que cultuaremos o Senhor em seu santuário com nossos holocaustos, sacrifícios e ofertas de comunhão. Então, no futuro, os seus descendentes não poderão dizer aos nossos: “Vocês não têm parte com o Senhor” (v. 27).

Esse texto bíblico torna-se, portanto, luz e direcionamento, àquele contexto, em que se buscava um melhor estreitamento no diálogo com a Sé do Patriarcado Siríaco Ortodoxo em Damasco - Síria. De forma análoga à narrativa de Josué, tomou-se a decisão, por unanimidade do clero presente na XVI Assembleia Ortodoxa Nacional, em permanecermos ligados e submissos à Santa Sé Patriarcal, a fim de que, na atualidade e num futuro próximo, ser garantia de uma vivência da fé cristã em perfeita obediência e submissão à Igreja e tradição oriental ortodoxa não-calcedoniana como sempre, desde os seus primórdios, mantivemo-nos submissos.

8 - IDENTIDADE E ENCULTURAÇÃO

Por conta da perspectiva missionária da Santa Sé Siríaca de Antioquia e pelo fato da “Igreja Missionária” no Brasil ter, inicialmente, recebido alguns padres e fiéis da Igreja Católica Romana e, principalmente, por causa da enculturação, alguns padres da Igreja Siríaca Ortodoxa em missão no Brasil acabaram (em algumas comunidades) permitindo, em alguns contextos, o uso de imagens de santos tridimensionais (estátuas), diferente dos ícones usados tradicionalmente pelas Igrejas Orientais Ortodoxas, vestimentas (paramentos) de rito latino, principalmente porque esses materiais não eram produzidos no Brasil e a sua importação era muito dispendiosa. Essa situação desenvolveu-se, principalmente porque, após o falecimento de Mor Crisóstomos Salama em 1996, a Igreja ficou por um período de 11 anos sem nenhuma delegacia patriarcal.

9 - IDENTIDADE E UNIDADE

Desde a morte de Mor Crisóstomos buscamos sempre estabelecer relacionamentos com a Santa Sé Patriarcal. Nesse período, muitas iniciativas foram feitas para que não perdêssemos o vínculo da unidade com o Patriarcado Sirian Ortodoxo de Antioquia. O patriarca Mor Inácio Zakka I Iwas sempre se demonstrou zeloso com a missão entre os brasileiros, principalmente porque não havia nenhum delegado patriarcal no Brasil. Nesse mesmo ano, Mor Gregórius Yohanna Ibrahim esteve no Brasil, primeiramente para participar do Congresso Mundial das Missões Evangélicas e, num segundo momento, para reunir-se em São Paulo com os membros das Igrejas de Colônia no Brasil e com a “Igreja Missionária” (SURYOYE, 1996, p. 2).

Durante um longo período, a “Igreja Missionária” no Brasil foi acompanhada e observada, conforme observamos na ordem sequencial abaixo, por vários representantes patriarcais, cujos relatórios eram, de quando em quando, enviados à Santa Sé Siríaca de Antioquia:

  1. Monge padre Moussa Salama (Sagrado Arcebispo para Missão do Brasil, com o título de + Mor Crisóstomus) como Delegado Patriarcal;
  2. Mor Gregórius Yohanna Ibrahim (então Arcebispo de Aleppo, na Síria);
  3. Padre Antonio (pároco de Zeida na Síria);
  4. Monge padre Elezer Al’nemeh (posteriormente Mor Selwanos Petrus Issa Elnemeh, Arcebispo de Homs, na Síria, falecido em 2020) como Delegado Patriarcal;
  5. Monge Afron (pároco da cidade de Córdoba na Argentina);
  6. Mor Severius Malki Mourad (atualmente Arcebispo para as Igrejas de colônia no Brasil);
  7. Mor Kyrillos Aprehm Karim (então arcebispo nos EUA e atualmente Patriarca);
  8. Monge padre Gabriel Dahho (então pároco da Igreja Sirian Ortodoxa Santa Maria em São Paulo, posteriormente Arcebispo de Jerusalém - falecido em 2022);
  9. Monge Saliba;
  10. Monge padre Paulo George Hanna como Delegado Patriarcal para a Missão no Brasil e Argentina nos anos de 2000 a 2001 (conforme Bulas Patriarcais n. 169/2000 de 03/03/2000 e n. 405/2001 de 19/10/2001);
  11. Corepíscopo Antonio Nakkoud como Delegado Patriarcal e Legado Apostólico da Missão do Brasil durante os anos de 2009 a 2012 (conforme Bula Patriarcal n. EE-273/7 de 28 de maio de 2007);
  12. Mor Tito Paulo George Hanna, sagrado arcebispo, em fevereiro de 2012, para atuar na qualidade de Núncio Apostólico para assuntos de evangelização da Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil (conforme Bula Patriarcal n. 159/2012 de 28/02/2012).

10 - BRASIL E ANTIOQUIA: Uma única Igreja

Assim como o texto bíblico de Josué (22, 26-27), não só os representantes oficiais do patriarcado vieram até nós, mas nós também fomos até eles no intuito de buscar a unidade da Igreja e o vínculo com a Santa Sé Patriarcal. Nossa história foi marcada por várias visitas pastorais à Damasco, Síria.

Em 1988, Mor Leolino Gomes Neto, juntamente com Mor Crisóstomos Salama, estiveram em Damasco. 

Nos anos de 2001 e 2005, Mor Leolino Gomes Neto viajou sozinho ao Oriente, a fim de tratar assuntos relacionados à Igreja no Brasil.

A quarta visita se deu, entre os dias 14 a 20 de maio de 2007, com a delegação brasileiras composta pelos bispos, padres, esposas e membros-fieis da Igreja, liderada pelo corepíscopo Antonio Nakkoud, delegado patriarcal.

No dia da Festa de Nossa Senhora sobre as colheitas, o Patriarca, definitivamente, reconheceu a “Igreja de Missão” como uma Igreja, genuinamente, “Siríaca Ortodoxa de Antioquia” e, consequentemente, o reconhecimento dos seus dois bispos representantes da Igreja Siríaca Ortodoxa no Brasil. Nesse mesmo dia, nos “deu a mão em comunhão, seguido de oração consacratória (canônica), em aramaico e imposição das mãos nos bispos Mor Leolino e Mor José Faustino (conforme bulas Patriarcais n. E-301/11 e E-300/11 de 06/11/2011), na presença de Mor Pheloxenus Mattias Nays (Assistente Patriarcal), Mor Eclimis Daniel (Beirute), Mor Selwanus Boltros Elmaneh (Homs, Síria), reconfirmando como bispos da Igreja Siríaca Ortodoxa no Brasil.


No período de 02 a 09 de novembro de 2011, fomos recebidos pelo Patriarca em três audiências, na Santa Sé Patriarcal, pela quinta vez. As audiências foram acompanhadas pelas presenças dos arcebispos Matias e Silvanus e dos monges padre Paulo George Hanna, Monge padre Kirillos e padre Cristiano Lopes. Nesse encontro, Sua Santidade dirigindo a fala aos nossos bispos, disse que “Os senhores são Pedro e Paulo do Brasil”. Em sua última alusão, conforme consta no parágrafo último da Ata do dia 06/11/2011, ainda acrescentou: “Não esqueçam essa data!”. Solicitou que dessem conhecimento desta Ata a todos no Brasil, desejando-lhes sua atenciosa bênção apostólica.