Igrejas Orientais Ortodoxas

Reunião dos primazes (patriarcas) das três grandes tradições orientais ortodoxos - Copta, Siríaca e Armênia - Papa Tawadros II (à esquerda) Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria; Patriarca Mor Ignatius Aphrem II (ao centro), Patriarca da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia; Cathólikos Aram I, Cathólikos da Igreja Apostólica Armênia - Grande Casa da Cilícia.

As Igrejas Orientais Ortodoxas são as Igrejas fundadas pelos apóstolos de Jesus Cristo ainda no primeiro século, nas regiões onde hoje são a Síria, o Egito, a Armênia, o sul da Índia e a Etiópia. Essas Igrejas são as comunidades cristãs mais antigas do mundo, e são chamadas de "orientais" pelo fato de terem desenvolvido seu patrimônio litúrgico e tradições dentro do contexto cultural no oriente, bem como são chamadas de "ortodoxas" por terem permanecido fiéis e inalteradas em sua fé e doutrina, defendendo a Tradição Apostólica e as resoluções dos três primeiro Concílios Ecumênicos - Nicéia (325 d.C.), Constantinopla (381 d.C.) e Éfeso (431 d.C.).

Juntas, essas Igrejas genuinamente apostólicas, formam uma única Igreja de Jesus Cristo, que permanecem em plena comunhão desde sua fundação, e mantêm tradições próprias que expressam a catolicidade (universalidade) de sua fé. Elas sofreram duras perseguições durante os séculos e se orgulham de possuir em suas fileiras inúmeros santos e mártires, que até os nossos dias defendem a reta fé e santa doutrina.

Cada Igreja (Patriarcado) é chefiada por um Patriarca que preside uma assembleia de bispos, chamada de Santo Sínodo, responsável por uma porção do povo em Deus em diversas partes do mundo, e com autoridade regional. Abaixo, ao clicar em um dos links, você poderá ler e conhecer mais sobre cada uma das Igrejas (Patriarcados):

Igrejas Autocéfalas
Igrejas com Patriarca e Santo Sínodo próprio, com independência para resolver todas as suas questões internas por sua prória autoridade, inclusive nomear (ou remover) bispos ou patriarcas, mantendo, contudo, comunhão doutrinal e sacramental umas com as outras.

Igreja Sirian Ortodoxo de Antioquia - Patriarcado de Antioquia
Igreja Copta Ortodoxo de Alexandria - Patriarcado de Alexandria
Igreja Apostólica Armênia - Santa Sé de Etchmiadzin
Igreja Ortodoxa Etíope - Patriarcado Ortodoxo Etíope
Igreja  Ortodoxa Eritréia Tawahedo - Patriarcado Ortodoxo Eritréio
Igreja Ortodoxa Malankara - Catholicossato de Malankara na Índia

Igrejas Autônomas
Igrejas com independência para seus assuntos internos, mas que mantêm dependência canônica de uma Igreja Autocéfala (Igreja mãe), devendo ter algumas de suas decisões a confirmação de sua "igreja mãe"

Igreja Sirian Ortodoxa Jacobita da Índia - Maphrionato da Índia
Igreja Apostólica Armênia - Catholicossato da Grande Casa da Cilícia
Igreja Apostólica Armênia - Patriarcado Armênio de Jerusalém
Igreja Apostólica Armênia - Patriarcado Armênio de Constantinopla

Cada Igreja desenvolveu e pertence desde então a uma tradição litúrgica, com rito próprios, gestos, símbolos, idiomas e costumes particulares, contudo, todas celebram os mesmos sacramento e guardam a mesma fé. Suas diferenças não são sinônimos de divergências, ao contrário, elas expressam a riqueza e a beleza da Igreja de Cristo, a Igreja vive permanentemente o Pentecostes, pois é ininterruptamente assistida pelo Espírito Santo.

Para as Igrejas Orientais Ortodoxas, Jesus é a única Cabeça da Igreja, e nenhum Patriarca ou bispo tem o poder de chefiar toda a Igreja sozinho, cabendo essa tarefa, em questões de fé e doutrina, ao Santo Concílio Ecumênico, com autoridade universal, reunindo todos os Patriarcas e primazes (Catholikos, Mafrionos etc) das Igrejas autocéfalas ou autônomas em todo o mundo. Até hoje, as Igrejas Orientais Ortodoxas reconhecem as resoluções dos três primeiros Concílios Ecumênicos da Igreja, são eles: Nicéia (325 d.C.), Constantinopla (381 d.C.) e Éfeso (431 d.C.).

Cristologia

As Igrejas Orientais Ortodoxas defendem a cristologia dos santos padres da Igreja São Cirilo de Alexandria e Santo Atanásio, chamada de MIAFISITA - que afirma o seguinte:

"Cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo, Filho de Deus, veio na Sua própria pessoa. Ele não assumiu uma pessoa humana, mas Ele Próprio por união hipostática tomou plena e perfeitamente a natureza humana, corpo e alma racional, sem pecado, da Virgem Maria, através do Espírito Santo. Ele constituiu sua própria humanidade numa natureza encarnada e uma encarnada hipostasia com sua Divindade no exato momento da encarnação através da verdade natural da união hipostática. Sua Divindade não se separou da sua Humanidade nem por um momento, nem por um piscar de olhos. Esta união é superior à descrição e percepção. Quando falamos de “uma natureza encarnada da Palavra de Deus” não queremos dizer Sua Divindade em separado ou Sua Humanidade em separado, isto é, uma única natureza, mas falamos de uma união divina-humana natural em Cristo sem mutação, sem mistura, sem confusão, sem divisão e sem separação. As propriedades de cada natureza não mudam nem são destruídas por causa da sua união, as naturezas se distinguem uma da outra exclusivamente em pensamento." [...] - Fragmento da declaração comum dos Patriarcas das Igrejas Orientais Ortodoxas (Pré-Calcedonianas).

Assim, condenamos veementemente o monofisismo, heresia defendida pelo monge Eutiques de Constantinopla, e condenada pelo Santo Concílio Ecumênico de Constantinopla (381 d.C.), do qual os prelados de nossas Igrejas foram signatários. Da mesma forma, condenamos e rejeitamos a injusta afirmação de que nossas igrejas seriam "monofisitas" e, portanto, heréticas, afirmação pejorativa, injusta e maldosa feita por séculos com o objetivo de destruir nossas comunidades, por não nos sujeitarmos as pressões políticas e objetivos escusos da então "igreja imperial".