A caridade, portanto, não é uma "opção" ao cristãos, ao contrário, é a expressão máxima da sempre provocativa afirmação em São Tiago 2:14-17: "De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos”, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? .Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma".
Os cristãos do ocidente sempre problematizaram essa passagem, mas especialmente uma discussão sobre seu sentido se acirrou após a chamada "Reforma Protestante" na Europa. Contudo, para o cristianismo oriental, sempre foi claro que o sentido do texto em nada quer desqualificar ou diminuir a importância da fé ou isolar as obras como sendo somente elas necessárias à salvação, mas fazer compreender que uma é condicionante e, ao mesmo tempo, consequência da outra. Qualquer cristão que aprisione sua fé a um ciclo meramente especulativo quando diante, e de forma consciente, da realidade da necessidade do outro, especialmente dos pobres e oprimidos, a esvaziará, pois o texto bíblico é claro e incisivo: a caridade não é uma opção.
Que nossos orações, súplicas e louvores se convertam incansavelmente em atitudes práticas de amor ao próximo e atendimento às suas necessidades. Quando alguém lhe perguntar: O que fez seu bondoso Deus pelos pobres? Não esqueça de responder: Ele fez a mim.
Reflexão: pe. Pablo Neves